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  • Foto do escritorjescada

Não podes "voar" com o peso da tua infância nas costas.




Temos um bocadinho de todas as idades dentro de nós. Mas nenhuma fase é tão decisiva como a nossa infância.


E não, a responsabilidade não é exclusiva dos nossos pais. E quem continua a teimar o contrário é a criança que fomos que continua dentro de nós, gritando, chorando, vitimizando-se.


Cada vez mais me deparo com casos de crenças limitantes relacionados com a infância. Há dois fatores determinantes:


1 - As experiências da fase inicial nossa vida, que criaram crenças. "Ok, se eu fizer isto, tem aquele resultado"; essas crenças determinam as experiências seguintes, que potenciam novas crenças e assim por diante;


2 - A nossa interpretação da realidade. Já Freud dizia que "faças o que fizeres, os teus filhos vão ficar com traumas pela maneira COMO INTERPRETAM as coisas que fazes". A nossa predisposição para interpretar o que acontece, segundo o nosso modelo mental, vai interferir diretamente com dimensão e impacto que os acontecimentos vão ter durante a nossa Vida.


Essas crenças vão moldar todas as nossas relações e continuaremos a carregar as feridas da infância enquanto não resolvermos dentro de nós as seguintes questões:


APEGO - desenvolvemos muito cedo e de uma maneira muito profunda um apego à necessidade de aprovação por parte dos nossos pais. Isso é muito latente na nossa infância, inverte-se na adolescência ("faço isto PORQUE o Pai/Mãe nao gosta") e é inconsciente na fase adulta. Mas não há emancipação emocional se esse apego continuar a toldar as tuas decisões e sensações.


DEPENDÊNCIA - depender do que pensam os pais sobre as nossas atitudes, escolhas e ideais, esperando que nos apoiem, nos compreendam. Não debelar esta dependência significa que a criança interior vai continuar a sentir falta de CONEXÃO cada vez que haja confronto de ideias.


VITIMIZAÇÃO - não assumirmos a culpa de nada. Pensar que a culpa de tudo que se passou é culpa dos nossos pais e somos vítimas. É aterrador começar a ver qual é a nossa responsabilidade do que sucedeu na infância e o mais fácil é culpar os progenitores.


IGNORÂNCIA - mais do que Pais ou Mães, os nossos pais são pessoas. Imperfeitas, que fizeram o melhor que sabiam e claro que cometeram erros. E essa visão da realidade, tal como ela é, tem nela muito mais compaixão do que rancor ou até ódio.


Estes quatro pilares, quando resolvidos, permitem que cada um siga o seu próprio caminho.

A responsabilidade individual do que fizemos e a compaixão pelos progenitores gera gratidão.

E a gratidão abre finalmente o portal para que que cada um seja o que é.


Sem culpa nem raiva.


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